Como a lista não para de crescer, a nova vítima é Branca de Neve, que é Shrek-rizada em "Espelho, Espelho Meu", que estreia em circuito nacional em cópias dubladas e legendadas. Ainda neste ano, estreará uma versão mais sombria da fábula, "Branca de Neve e o Caçador", com Kristen Stewart no papel principal. Desde que o ogro sacudiu o Reino Encantado dos contos de fada, nenhum "Era uma vez..." consegue ser o mesmo.
Agora, além de referências pop, é preciso um humor ácido e uma subversão light à história. Pode ser até culpa de Katniss Everdeen, a guerreira de "Jogos Vorazes", mas a nova Branca de Neve (Lily Collins, de "Um Sonho Possível") não tem quase nada das velhas histórias dos irmãos Grimm. Donzela, sim; mas indefesa, não, senhor. Para garantir o seu "Felizes para sempre", ela aprende a manejar uma espada e vai à luta. Até a madrasta-bruxa-má que atende pelo nome de Rainha (Julia Roberts, estranhamente confortável no papel) ganha uma nova leitura, na falta de melhor palavra. Mais do que odiar a beleza nívea de Branca, ela também quer seduzir o jovem Príncipe (Armie Hammer, de "J. Edgard"), que além de belo é rico, e poderá manter os gastos da vilã.
Nem os sete anões ficaram intactos e se transformam num verdadeiro catálogo étnico da nova Hollywood, querendo agradar a gregos, troianos, asiáticos e latinos. A trama do filme segue mais ou menos os passos do original, adaptando aqui e ali o perfil dos novos personagens.
A Rainha não faz apenas perguntas ao espelho, ela entra no objeto onde se encontra com uma espécie de alter-ego/consciência. Os velhos elementos que são familiares parecem nunca encontrar uma sintonia com as novidades propostas por essa versão da história. Tudo fica meio desencontrado, com um humor canhestro que pende para o pastelão. O diretor indiano Tarsem Singh (de "A Cela" e o recente "Imortais", em que releu mitos gregos com mais licenças poéticas' do que qualquer "Fúria de Titãs") é dado a exageros visuais. Por isso, direção de arte e figurinos são criativos e coloridos e funcionariam muito bem num baile de carnaval ou numa vitrine de uma loja moderninha.
Neste filme, Singh tem dificuldade em conjugar elementos e transformar o apelo visual em parte da narrativa e não como uma desculpa excêntrica para cada cena. Mesmo ao tentar trazer algum frescor à velha história, Singh e seu time de roteiristas acabam sempre voltando às origens da Branca de Neve. Um filme não é feito apenas de visual criativo, ainda mais este "Espelho, Espelho Meu" que pretende subverter o tradicional. É esforçado, mas não consegue surpreender porque, na verdade, não há muito como fugir da história que todo mundo conhece - nem quando se coloca uma dança bollywoodiana nos créditos finais. A magia de uma das mais famosas fábulas chega às telas de cinema em uma releitura original e encantadora que conquistará toda a família. Lily Collins (Um sonho possível) vive a princesa exilada Branca de Neve e é perseguida pela Rainha Má (Julia Roberts), que governa o reino sem piedade. Na sua luta para conquistar o trono a que tem direito e também para ganhar o coração do príncipe encantado (Armie Hammer), Branca de Neve contará com a ajuda dos leais e destemidos sete anões nessa aventura fantástica cheia de romance, rivalidade e muito humor.
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